Amianto: Brasil é cúmplice de
injustiça ambiental em escala
global, diz Dr. René Mendes
O ex-presidente da Anamt Dr. René
Mendes afirmou na última sexta-feira
(24 de agosto), durante audiência no
Supremo Tribunal Federal (STF), que
o Brasil se torna cúmplice de uma
injustiça ambiental em escala global
ao não decretar a proibição do
amianto. Atualmente, o país ocupa a
terceira posição no ranking dos
maiores produtores da fibra.
"Lamentavelmente, o risco amianto
crisotila vem sendo exportado para
nações como Índia, Indonésia,
Tailândia, Malásia, Emirados Árabes,
Irã - entre outros - que, aliás, não
se destacam nem pelo seu nível de
equidade, nem por sua posição no
ranking de respeito aos direitos
humanos. Mera coincidência?",
questionou.
Mendes destacou ainda que o avanço
da capilaridade da indústria da
fibra torna impossível quantificar o
número de trabalhadores expostos,
bem como de adotar práticas para o
seu uso seguro ou controlado,
conforme argumentam os defensores do
composto.
"A exposição ocupacional indireta,
em outras atividades profissionais e
em outros segmentos da economia, é
muito difícil de ser corretamente
caracterizada e devidamente
dimensionada. E é justamente isto
que faz do amianto uma das grandes
questões de Saúde Pública, Coletiva
e Ambiental", conclui.
O debate foi convocado pelo ministro
Marco Aurélio Mello, relator de ação
contra a Lei 12.684/07, que veta a
comercialização do amianto no estado
de São Paulo. Na próxima sexta-feira
(31) - quando será retomada a
audiência -, o diretor Científico da
Anamt, Dr. Zuher Handar, também
representará a Associação.
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